- Volto a perguntar. O que está ela aqui a fazer?
- Ela é a tua mãe - respondeu ele.
- Ela não tem boca para me responder? - virei o meu olhar para ela, tentando fulminá-la com as poucas forças que tinha. - O que estás aqui a fazer? Desde os meus 9 anos que só te vi 2 vezes: no funeral dos avós e há dois anos quando estive no hospital.
- Eu impedi que morresses!
- Isso é para me fazer sentir melhor? Nunca estiveste presente na minha vida, não te quero agora.
- Luísa, não digas isso, eu preocupo-me contigo.
- Pois eu não me preocupo contigo nem com o que sentes. Não me sinto ressentida com o que fizeste, porque de certeza que os avós foram melhores pais do que tu alguma vez serias como mãe. Mas como nunca estiveste presente na minha vida, também não te quero agora. Faz o favor de sair.
Ela assim anuiu , parando momentaneamente na soleira da porta, olhando para mim e depois perdeu-se pelo corredor.