- Não a devias ter avisado! Porque o fizeste?
- Só tens duas pessoas na tua vida: eu e a tua mãe. Como fui eu que te encontrei naquele estado, avisei-a.
- Pois, mas fizeste mal de duas maneiras: não me deixaste morrer e telefonaste-lhe.
- Como podes dizer essas coisas? Estamos juntos há um ano e parece que não te conheço. Até a tua psiquiatra diz não compreender porque é que voltaste a tentar-te matar. Porquê?
- Não me apetece falar, João.
- Estás a ser tão covarde agora como foste ontem quando tomaste aqueles comprimidos todos.
O olhar dele estava repleto de sofrimento e de mágoa. Conseguiria eu continuar a ignorar o sofrimento dos outros em detrimento da minha dor?