- O ano passado aproximei-me de ti. Durante este tempo amei-te sem pedir nada em troca, a não ser o teu amor, ou o sentimento que restava dentro do teu coração cruel. Mas agora... agora estou a ficar farto que não lutes por ti, por nós. Eu não posso fazer tudo sozinho! - disse ele.
Estaria ele certo? Talvez tudo o que vivenciara nos últimos tempos me toldara a razão e os sentimentos. Tinha que aprender tudo de novo. Mas queria aprender tudo de novo?
Dúvidas. Dúvidas. Dúvidas. Estou farta de vocês. Deixem-me. Vocês podem-me abandonar. Não me importo de ficar sem vocês. Apetece-me gritar novamente. Grito silencioso. Grito mudo. Porque é que não consigo decidir o que quero e ponto final?
Não quero pensar mais em ti, avó. Não, como posso dizer isso? Como posso trair toda a dedicação de anos a mim? Mas eu quero viver, quero ser feliz, quero ser feliz com o João, quero dar uma oportunidade a nós, quero criar a minha família. Estou a tentar esquecer-te? Não, avó. Lembrar-me-ei sempre de ti. Queria estar ao pé de ti, ao pé de ti e do avô. Porque é que vocês foram embora? Porque tem que existir algo como a morte? Para terminar com a dor... será?