Quase recuperada, apesar de ainda me esperarem uma semana de gesso e duas semanas com uma canadiana (não gosto do termo muleta...), tomei coragem e enfrentei o mundo, com os olhares de conhecidos e desconhecidos sobre mim.
Naquele espaço habitual de confraternização, alguns cumprimentaram-me com o olhar, outros vieram ter comigo, perguntando o que se tinha passado.
Naquelas cinco semanas em casa, com pouca socialização, pensei em várias histórias, mas nada como dizer a verdade: tropecei nas calças e estatelei-me no chão. Desastrada, não? Raio das calças à boca de sino. Afinal, quem teve essa brilhante ideia? Eu não, com certeza.
Mas faltou a tua presença. Claro que não nos falávamos. Nem sequer nos conhecíamos, mas sentia a tua falta...
Fui tomar café.
O estabelecimento tinha bastante gente e como tal podia observar-te de longe sem tu te aperceberes. Mas a minha rotina tinha-se alterado no último mês depois de um acidente a caminho do trabalho, que me impediu de sair de casa com a mesma facilidade: parti o dedo do pé e o gesso quase até o joelho impediu a minha mobilidade.
Mas regressei. Tu não.
Não te vi.