O meu gato esperava por mim estendido no sofá quando cheguei a casa de mais um dia de trabalho.
Era a minha pequena alegria.
Durante este mês, por coincidência, a minha companheira de casa tinha ido para o Japão ter uma formação. Era engenheira numa empresa multinacional, com sede naquele país do Médio Oriente. Telefonou-me hoje a dizer que tinham perrogado o seu regresso e portanto iria ficar mais um mês. Lamentou não estar presente para me ajudar nesta fase dificil e bla, bla, bla... Eu não podia fazer nada, nem ela. Em certas situações, temos que dar o braço a torcer e admitir que o nosso trabalho é bem mais importante que outra coisa qualquer... Além disso, não estava entre a vida e a morte, tinha simplesmente partido o dedo do pé...
Portanto, era eu e o Malhado dentro daquele grande T2.
Sentei-me imediatamente ao pé dele e enchi-lhe de mimo, desejo dele durante as horas e horas que passava só. Quando me deitava, ele seguia-me e enroscava-se ao fundo da cama.
Tinha-o acolhido há dois anos atrás, quando lhe afaguei uma orelha numa noite fria de Outono em Sto Ovídeo enquanto passeava com uns conhecidos. Seguiu-me até casa e até chegou a subir os degraus para a entrada do prédio. Sem indicação nenhuma da minha parte. Mas arrependeu-se e deu meia volta, escondendo-se debaixo de um carro lá estacionado. Mas a dor de estômago por presenciar tal alma solitária não me permitiu deixá-lo ali e agachei-me e tentei com que ele se aproximasse de mim. Não foi dificil. Estava desesperadamente carente!