A decisão do momento. Quando largar as muletas? Pensavam que era ir ter com o desconhecido? Não. A decisão é mesmo esta. Estar dependente durante várias semanas de umas auxiliares para me locomover, fez-me agora estar relutante quanto ao seu despedimento e à capacidade física do meu pé andar sozinho. O médico disse, quando tirei o gesso, que bastava andar uns dias com uma muleta, mas os dias passaram a quase duas semanas.
Seria capaz emocional e fisicamente de lhes dizer adeus? Sim, porque agora sem elas iria deixar o estatuto de aleijadinha, de coitadinha, merecedora da atenção de todos e deixava de precisar de andar ao pé coxinho.
Podem parecer trivialidades estas questões, mas para mim, que acabo de passar por isto, não são. Não habituada a estar dependente de ninguém a não ser de mim mesma, acabei por me dar ao luxo de gostar de ser mimada por muitas pessoas à minha volta...