Fechei os olhos contra o impacto de peito contra peito. Fechei os olhos na esperança que fosse quem eu desejava...
Um toque no meu queixo. Foi suave, apesar da pele dos dedos ser ligeiramente áspera.
Reuni forças para enfrentar. Abri os olhos e deparei-me com aquele verde azeitona, que sempre me tentara.
Em instantes, os nossos rostos aproximaram-se. Perto. Demasiado perto.
Sentia tensão. Sentia desejo de...
Ele tocou os seus lábios nos meus e num ápice o beijo passou de um simples acto de carinho para algo de mais intenso, mais fogoso... Tal como na primeira vez.
Depois de desfrutar daquele gesto tão íntimo, tão especial, a minha mente tornou a ganhar consciência e afastei-me.
- Não - sussurrei, sem contudo me afastar dele totalmente - Isto não pode estar a acontecer... Eu... Nós...
- Não precisas de dizer mais nada, Ana. - Recuou um passo e o seu olhar tornou-se distante - Já entendi. Eu não devia ter-te beijado. Eu sei. - E com estas palavras deixou-me e entrou no café.
- Miguel... - murmurei e meti-me no meu carro em direcção a minha casa.