Os TEXTOS que se seguem são pura FICÇÃO e qualquer semelhança com a REALIDADE é pura coincidência!
Este espaço permite-me dar-vos a conhecer todo o meu entusiasmo pelas palavras.


df @ 19:50

Qui, 07/01/10

A segunda sala da casa era totalmente oposta ao que tinha visto até ali.

Visualmente era um espaço bem mais acolhedor. O chão era de madeira escura, em parquet, e as paredes eram pintadas de beije. A mobília era de traços lisos, em wengué, bastante moderna. Apesar de dividida igualmente em sala de estar e de jantar, era bem mais pequena do que aquela onde tinha estado anteriormente. A mesa de jantar era rectangular, com vidro temperado no centro e as cadeiras, da mesma qualidade de madeira, eram forradas em pele beije. O tapete, tanto o que cobria o espaço da mesa como o que estava entre o sofá e o pequeno móvel da televisão eram vermelhos, a contrastar com todo aquele ambiente relaxante.

Esta divisão não estava tão aprumadamente limpa. Passava definitivamente a ideia de que era habitável. Haviam papéis em cima do aparador e brinquedos do Dinis espalhados pelo chão e num cesto. E finalmente haviam fotografias dela e do filho, algumas pequenas em que eles apareciam acompanhadas por um homem, que Rafael, pelas poucas lembranças que tinha, supôs que fosse o falecido marido. Havia ainda uma moldura com uma fotografia em que eles apareciam com um casal com uma idade avançada. Não sabia se seriam os pais ou os sogros... E ainda uma outra em que Juliana aparecia com duas pessoas, muito parecidas com ela, feliz, na qual ele deduziu que seriam os irmãos.

- Vejo que estás boquiaberto - comentou ela, vendo que Rafael observava cada centímetro daquela divisão. - Dinis, se quiseres, liga a televisão, mas não ligues a playstation, porque o jantar já vai ser servido.

Ela dirigiu-se para a mesa de jantar e puxou uma das cadeiras de costas altas. Convidou-o a fazer o mesmo, indicando-lhe a cadeira em frente.

- Esta sala foi remodelada por mim e pelo Filipe mesmo no início do nosso casamento e depois adaptámo-la com um espaço para o Dinis brincar. Por isso, é tão diferente da outra. - falou ela, sem o enfrentar.

Eram tantas as recordações que estavam a começar a ficar novamente à superfície com aquela conversa... Mas era necessário fazer-lhe todas aquelas confidências, para não o enganar, para não lhe dar falsas esperanças.

- Antes desta sala, remodelámos todo o andar superior, à excepção de um dos quartos, que seria para quando os meus sogros ficassem cá. A minha sogra, quer dizer, a minha ex-sogra, adora o requinte antiquado, se é que se pode dizer as coisas assim. Alterámos o pátio, criando uma piscina e ainda um pequeno anexo, com cozinha regional e sala.

- Não deu para perceber muito bem, já estava a ficar escuro quando chegámos, mas o terreno parece grande.

- Sim, grande demais até. Antes da morte do Filipe, ainda vendemos uma parte do terreno, contra a vontade da minha sogra.

- Porque é que não alteraste o resto da casa?

- Agora já não posso alterar mais nada - retorquiu.

- Porquê?

- É uma longa história, Rafael.

- Vou ficar para jantar, certo? Então ainda acho que tenho tempo - disse, sorrindo.

Juliana devolveu-lhe o sorriso, mas este rapidamente desapareceu.

- O Dinis, como é óbvio, não tem qualquer tipo de lembrança do pai, até porque só tinha oito meses de vida, e eu falo com ele apenas algumas coisas. Ele sabe que o pai morreu, que foi para o céu, porque tentou fazer algo de bom...

Juliana sentiu necessidade de baixar o tom de voz, para o que ia dizer a seguir e segredou:

- O Filipe parou o carro no meio da Ponte do Infante, pouco depois desta ser inaugurada, e atirou-se de lá. Foi... Bem, o que eu contei ao Dinis foi que o pai ao tentar convencer alguém a não se atirar, escorregou e acabou por ser ele a cair... Enquanto ele é pequeno, ele acredita. Daqui a uns anos, acredito que ele me vá perguntar a verdade e ficará zangado comigo, mas acho que fiz o melhor para ele.

- Também acho que sim. É doloroso quando os miúdos dão conta que falta alguma coisa ou que algo não está bem. Às vezes, é preciso criarmos essas falsas expectativas.

- Falas por experiência própria?




df @ 14:36

Seg, 04/01/10

- Chegou o segundo motivo - respondeu ela, com um grande sorriso nos lábios.

Rafael nunca a vira daquela forma tão brilhante, tão esplendorosa. Aquilo acutilou-lhe ainda mais a curiosidade sobre aquela mulher.

Apressou-se a segui-la para fora do escritório tão impessoal para o corredor gélido.

- Mamã, mamã! - gritou uma criança, com um sorriso fácil.

O rapaz aproximou-se rapidamente da mãe e deu-lhe um carinhoso beijo na bochecha.

- Anda cá, amor. A mãe quer-te apresentar um amigo.

Ele estendeu a mão a Rafael e apressou-se a apresentar-se como o Dinis de cinco anos, quase seis.

- Boa noite, Dinis! Eu sou o Rafael.

- Mãe, é como nas Tartarugas Ninjas!

- É sim, Dinis - respondeu ela, completamente babada pelo filho. Sorriu para ele e depois disse - Dinis, sabes o que vais fazer agora?

- Vou brincar - gritou o rapaz, sabendo bem que não era bem àquilo que a mãe se referia.

- Que engraçadinho que tu estás, meu rei. Vai indo para cima. Está na hora do teu banho e nem vale a pena reclamares.

- Mas está aqui o teu amigo...

- O que é que eu te disse?

- Sim, mamã - acatou, para depois lhe lançar um olhar desafiador, enquanto começava a subir as escadas. - Não me apanhas!

- Isso é o que vamos ver, meu rapazinho!

Juliana virou-se para o Rafael, que se mantinha um mero espectador maravilhado com tal quadro familiar e disse-lhe:

- Espera um bocadinho. Vou dar banho ao Dinis e venho já. Ema, - chamou, dirigindo-se á ama, que entretanto se tinha afastado dos dois - diz à Ana, que hoje temos um convidado para jantar.

- Aquele é o tal de que já me falaste? - perguntou ela, discretamente, quase num murmúrio.

- Sim - respondeu, ruborizando.

Rafael viu-a subir, desaparecendo por um corredor para o seu lado esquerdo e esperou que a empregada lhe disse alguma coisa.

- Deseja beber alguma coisa, enquanto espera pela Juliana? - perguntou ela gentilmente, uma voz suave e calma, indicando-lhe uma sala.

A divisão tinha o mesmo aspecto gélido das anteriores. Estava dividida entre sala de estar e de jantar. Notava-se o nível de riqueza elevado. A madeira de excelente qualidade na mobília, os candeeiros de tecto pareciam conter autênticos diamantes de tão brilhantes e as peças de decoração tinham um aspecto caríssimo.

Ele sentou-se numa poltrona de tecido, com um padrão elegante, que estava colocado de forma estratégica, que lhe permitia tanto ver a sala por completo como o fundo das escadas.

- A Juliana é uma mãe muito atenciosa, sabe? Quando o senhor Filipe morreu, o Dinis tinha poucos meses de vida. Eu vi o quanto ela sofreu com isso, mas conseguiu superar todas as adversidades. É uma mulher admirável! Ficou uma pessoa séria, deixou de ter a capacidade de sorrir como antes, mas acho que isso a tornou mais forte.

Rafael observava a empregada. A cada palavra que ela proferia sobre a Juliana, tinha a certeza de que esta seria definitivamente a mulher que mais o fascinara até àquela altura, sendo que se sentia cansado de relações casuais. Sentia que aquela mulher era um puzzle, um enigma que ele queria desvendar e tinha a certeza absoluta de que não seria desapontado.

- Bem, se não se importa, vou ter que me ausentar um pouco. Esteja à-vontade.

Olhou o relógio. Estava impaciente e incomodado por estar sozinho num local completamente estranho e frio.

Observou cada espaço, cada objecto da sala, enquanto esperava. Aquilo sossegava-o e distraía-o.

As paredes estavam cobertas por um papel creme, com motivos florais. Era nostálgico. Não que a casa dos pais tivesse tal abundância, mas remetia-o para a feliz infância, na longínqua década de oitenta. Entretanto tudo mudara. Os pais tinham-se separado e com isso vieram duas casas diferentes, porque nenhum dos dois se quis manter num mundo de recordações.

Por fim, ouviu uns pequenos passos apressados, vindos do andar superior. Levantou-se da poltrona e saiu para o hall. Deixou-se estar ao fundo da escadaria, vendo o Dinis fugir da mãe, soltando gargalhadas, aparecendo somente vestido com uma calça de ganga e uma camisola fina de maga comprida.

- Dinis, espera - gritou ela - Tens que vestir esta camisola e não podes andar descalço.

- Então, vê se me apanhas. - desafiou-a mais uma vez, deitando-lhe a língua de fora e começando a descer as escadas.

Rafael pensou que ela apareceria com o seu habitual semblante zangado e sério, mas enganou-se. Juliana apareceu no cimo das escadas, despenteada, com as mangas da camisola de algodão arregaçadas, divertida. Não estava aborrecida com as fitas do miúdo.

Dinis parou junto do amigo da mãe e observou-o de alto a baixo. Não era usual terem muitas visitas em casa, a não ser da avó. Tinha finalmente alguém com quem brincar, além da mãe.

- Vem para a sala, vamos jogar - disse, com uns olhinhos pedintes. - Tenho uns jogos novos, mas a minha mãe não sabe jogar.

- Está bem, eu vou brincar contigo, mas tens que fazer a vontade à tua mãe. Ela tem razão, aqui em baixo está frio.  - falou, olhando de esguelha para Juliana, para ver a reacção dela quanto à aproximação dele ao seu filho.




df @ 15:27

Dom, 03/01/10

- Não podes dizer as coisas assim. As pessoas têm os seus problemas...

Ele podia ver que ela travava uma batalha interior para não mostrar qualquer emoção naquele momento, como era habitual. Mas era infrutífera. A dor era visível nos seus olhos castanhos.

- O Filipe era meu marido, por isso posso falar dele assim.

O som de alguém bater à porta fez-se soar, para logo de seguida, a empregada entrar, com o pedido que Juliana tinha feito.

Esse momento de interrupção foi suficiente para ela se recompor.

- Bem, a questão aqui é que eu detenho agora praticamente a parte que pertencia ao Filipe na empresa. Não sou simplesmente uma funcionária, entendes? Só pelo facto de sermos colegas de trabalho já era motivo suficiente para isso, mas acresce que sou tua chefe. - referiu ela, num tom compreensivo, enquanto bebia o café.

- Não aceito esse motivo, Juliana, mas prometo que vou tentar ser compreensivo.

- Então podemos ver as coisas de outra forma ou de uma forma complementar - indagou ela, pousando a pequena chávena branca, com uma delicada linha dourada no topo, em cima da mesa de centro. - Eu não quero voltar a magoar-me.

- Como é que podes dizer isso se nem sequer tentámos? - perguntou ele, fazendo menção de se levantar.

Ela levantou a mão, com o objectivo de o manter afastado.

- À partida já sei que é isso que acontece, Rafael. Olha, eu saí muito magoada da minha relação com o Filipe. Estávamos casados há pouco mais de um ano quando ele se... Eu não sabia que ele estava assim tão mal. Sabia que a relação com os pais dele, especialmente com a mãe, era má, mas... Aquilo era demasiado para ele, mas nunca pensei que... Nunca pensei que ele me deixasse sozinha...

Aquela afirmação era tão verdadeira, tão cruel.

- Deixei de acreditar nas pessoas, Rafael. É tão simples como isso.

'Era mais uma declaração que parecia fazer sentido em relação às suas acções', pensou ele.

- Afastei todas as pessoas da minha vida. Nada do que me diziam parecia ser real. Transformei-me numa pessoa por natureza desconfiada. - admitiu contrariada.

- Não... não tens ninguém?

'Como era possível que alguém conseguisse viver de forma tão solitária?', perguntou-se ele. 'Quer dizer, isso nem sequer era viver, era deixar que os dias passassem, à espera do seu último suspiro de vida...'

- Tenho o José, que era o melhor amigo do Filipe e que se tornou na única pessoa em que confio, porque também foi magoado por ele. Tenho dois irmãos, uma irmã e um irmão, que vivem em Matosinhos e na Maia, respectivamente, mas que raramente visito e me visitam. Mesmo depois destes anos, não consigo... Não consigo sorrir por simpatia, entendes? Não engano ninguém como sou e não deixo que ninguém em engane. - declarou, decidida.

- As coisas não são assim a preto e branco, Juliana. A vida não é assim tão linear.

- Talvez...

Naquele momento permitiram-se olhar mutuamente. Ele viu o rosto triste dela, o olhar vazio e uma mente distante, quase a desabar. Ela viu nele a esperança que já deixara de ter há muito tempo nas pessoas em geral e o desejo de mudar o mundo.

Apetecia-lhe levantar-se e abraçá-la. Não queria continuar a vê-la sofrer daquela maneira. Não a pressionara para aquilo. Ele só queria uma oportunidade de a conhecer...

Decidiu mudar de assunto.

- Qual é o segundo motivo? - perguntou ele.

Naquele preciso momento, ouviu-se a grande porta da entrada abrir-se e depois fechar-se.

 




df @ 15:09

Seg, 28/12/09

Ele seguia-a no seu carro, tendo a dada altura perdido a noção de onde se encontrava e já se questionava se teria feito bem aceder àquele convite.

Não sabia ao certo o receio, não sabia ao certo aquilo que lhe estava reservado, mas aqueles caminhos longe da cidade e mal iluminados não lhe agradavam.

Por fim, o carro dela abrandou e deu sinal para a direita, onde aguardavam que um grande portão de cor clara se abrisse. Ele conseguiu apenas visualizar um acesso em alcatrão, que se alongava em forma de arruamento até à lateral de uma enorme casa.

Estacionou o carro ao lado do dela, conforme as indicações de Juliana, saindo para ir ter com ela, que o aguardava perto da entrada frontal da casa.

- Não me digas que vives aqui! - exclamou. Perante o silêncio dela, depreendeu que era verdade. Na outra noite chamei-te princesa, por me teres deixado daquela maneira. Fizeste-me lembrar o conto da 'Gata Borralheira', mas parece que me enganei. És uma rainha e tens um castelo!

- Não exageres. - retorquiu, incomodada com a afirmação.

Ele subiu uma pequena escadaria e acompanhou-a para o interior de um amplo corredor, revestido a tijoleira castanha e paredes brancas, repleto de objectos decorativos impessoais. Viu alguns quadros pendurados e mobília trabalhada, que mostravam que a decoração se mantinha exactamente assim há já algumas décadas. A larga escadaria, que surgia do seu lado direito, dava a um segundo andar e era alcatifada, com um toque claro, sendo a úncia coisa que dava um aspecto mais habitável à casa.

Uma senhora alta e magra, com um simples uniforme de empregada, chegou praticamente no momento em que eles entraram.

- A Ema já chegou? - perguntou a Juliana.

- Não, senhora, ela foi buscar...

- Claro, eu é que cheguei mais cedo... Está bem, Ana. Nós vamos ali para o escritório. Traga-nos dois cafés.

- Quem é a Ema? - perguntou ele, agora curioso com tudo o que via.

Entraram numa divisão quadrada. As estantes de madeira escurecida ocupavam uma parede, com livros de publicidade, marketing e informática de um lado e de outro de medicina. Quase não havia lugar para romances ou policiais ou outros temas que não aqueles. Estava um sofá de pele castanha escura encostado à parede do seu lado esquerdo e uma secretária imaculadamente arrumada com o mesmo tipo de madeira das estantes à sua frente, recebendo a fraca luz do fim do dia por uma janela, com um cortina quase transparente bege.

- A Ema é outra empregada - respondeu ela, encostando-se à porte frontal da secretária, indicando-lhe o sofá.

- Bem, nem acredito que me trouxeste a tua casa. Nunca pensei que...

- Rafael, só pela casa, já deves ter percebido que há algo diferente entre nós. - adiantou ela.

- Porque és uma pessoa rica? Isso não é suficiente para me afastar de ti. - respondeu ele, seguro de si.

- Suponho que não. - respirou fundo, preparando-se para reviver um pouco do passado e da dor... - Bem, é o seguinte. Tu trabalhas na 'Ideias e Companhia' há quase cinco anos, certo?

Esperou que ele acenasse afirmativamente e prosseguiu:

- Deves lembrar-te então do outro sócio do José, o Filipe - só o facto de pronunciar o nome dele já a magoava.

- Sim, eu estava lá há pouco tempo, não o conheci muito bem, porque pouco tempo depois soube que ele se...

- Se suicidou! É a verdade! Podes dizê-lo. O cobarde suicidou-se!

 

 

 

 

Nota: O nome da empresa surgiu naturalmente, qualquer semelhança com a realidade, tal como a história, é pura coincidência.

 




df @ 15:07

Qua, 23/12/09

Aqui vai o segundo texto desta nova história.

 

CAPÍTULO UM - PARTE DOIS

 

- Isa, faz-me um favor, quando vires o Rafael sair, avisa-me e empata-o. Quero falar com ele - disse Juliana, pelo telefone à recepcionista.

- De certeza? Ouvi dizer que vocês voltaram a discutir.

- Os rumores correm depressa - comentou friamente. - Não interessa se discutimos ou não, Isa, avisa-me quando ele sair.

Ela anuiu e desligou o telefone.

Juliana olhou o monitor e depois rodou a cadeira para a janela do seu gabinete. Tomara uma decisão e já não havia forma de voltar atrás. Não queria.

Pouco depois das seis da tarde, recebeu o telefonema pelo qual esperava. Pegou na carteira e no casaco e saiu desenfreada, descendo as escadas atabalhoadamente.

- Desculpa, Juliana, sei que não demoraste muito, mas ele não estava para conversa hoje, mas acho que ainda consegues apanhá-lo no estacionamento.

- Obrigado na mesma, Isa. Diz ao José que já saí e que depois lhe explico.

Saiu mais uma vez com pressa, abrindo a porta, desaforada, correndo para o que lhe pareceu ser o carro dele. Não tinha por hábito reparar nessas coisas.

- Espera, Rafael - pediu, batendo no vidro do lado do passageiro.

Ele olhou-a com desagrado. Não queria mais discussões. Talvez por isso, em vez de arrancar e ignorá-la, decidiu abrir a porta do carro e saiu.

- O que se passa, Juliana? - perguntou, impaciente.

- Eu quero somente que percebas que entre nós não pode existir nada - começou.

- Então agora já admites o que se passou entre nós? Já começava a pensar que tinha sido imaginação minha. - falou.

- Não precisas de usar sarcasmos comigo. O facto de eu te dizer que não vai resultar, é que há pelo menos dois motivos muito fortes para isso. - contornou o carro e aproximou-se dele.

- Ai sim?! - retorquiu ele, céptico da afirmação dela.

- Sim e se me deres oportunidade, sei de um sítio onde podemos conversar sem ser no nosso posto de trabalho, com toda a comodidade.

- E se eu te negar esse prazer? - perguntou, dando mais um passo na sua direcção.

- Acredita que não será prazer algum. - respondeu, retrocedendo. - Quero apenas que entendas, uma vez por todas, os meus motivos. Não quero continuar com as nossas discussões. Não é bom para nós nem para a empresa.

- Está bem! - acatou ele, continuando sem acreditar que finalmente após meses de sedução, iria saber os motivos de contínua rejeição.

- A viagem demora mais de trinta minutos. Espero que tenhas o depósito cheio. - afirmou ela, tentando evitar esboçar um sorriso perante a facilidade com que disse uma graçola.

 

 



DESAFIO

Coloquei-vos há tempos o desafio de darem um TÍTULO à nova história que se irá desenvolver nos próximos meses aqui. Ainda não vos dei muita informação, a não ser que as personagens se chamam Rafael e Juliana e que trabalham na mesma empresa. Conforme vou publicando os posts, certamente irão perceber que há muitos segredos para serem revelados...
Além do título, também espero que deixem nos comentários o vosso feedback.
Obrigado
A Gerência

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Além de uma nova história a decorrer no blog, acompanhem também a nova rubrica do blog 'PERDIDOS E ACHADOS DA VIDA', pequenos textos que incidem sobre... Leiam e descubram...

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