Os TEXTOS que se seguem são pura FICÇÃO e qualquer semelhança com a REALIDADE é pura coincidência!
Este espaço permite-me dar-vos a conhecer todo o meu entusiasmo pelas palavras.


df @ 15:21

Sex, 15/01/10

... porque te amo. Choro porque te odeio.

Fazes-me tão feliz nuns dias e tão triste noutros.

Hoje acordei deprimida, simplesmente pelo motivo de mal me teres dirigido a palavra quando chegaste do trabalho no dia anterior.

O jantar foi devorado, sem a apreciação do devido sabor do repasto e sem um único elogio pelo prato especial.

Sinto que nos estamos a afastar. Talvez seja apenas pelo dia-a-dia que se tornou tão monótono, apesar de fazermos os impossíveis para que isso não aconteça.

Sinceramente não sei.

A única coisa certa é que me dói só de pensar que estes anos que estamos juntos poderão se esfumar numa questão de minutos, por uma pequena troca de palavras mal interpretadas. Imagino vezes sem conta como as nossas conversas poderiam tomar outro rumo, mas volto sempre ao mesmo: ao desfecho final doloroso de uma relação.

Não é isso que eu quero... E tu?

Mesmo que quisesse adivinhar não saberia qual seria a tua resposta, porque cada vez mais te retrais na minha presença, cada vez mais te envolves nos teus hobbies e não deixas espaço para eu entrar. Só te posso perguntar porque fazes isso. Mais nada...

 




df @ 14:03

Sab, 21/11/09

(imagem retirada da internet)

 

Chove lá fora.

A névoa criada pela queda destas pingas necessárias para a vida quase impedem que eu veja para lá da cortina azul, para lá da janela, o mundo girar.

Estou resguardada no conforto da minha casa, enroscada no meu cobertor que guardo desde a infância, ignorando as imagens da televisão ligada, esperando que algo aconteça.

Observo as inúmeras janelas dos prédios à volta de onde estou, portas para outras vidas, e penso no que poderão estar as outras pessoas a fazer.

Mas rapidamente esqueço isso e prendo a minha atenção no pequeno gato que salta nos telhados. Malhado e molhado, passa de uma casa para outra, procurando um pequeno abrigo, para se poder enroscar como eu no calor do seu corpo. Desce de um muro para um quintal com aspecto abandonado e entra numa pequena barraca, que tem a porta envelhecida pelo tempo e um orifício suficiente para se poder esconder da chuva que cai e que ele não gosta. Perco-o de vista.

Mas atenta como estou para o que se passa lá fora, continuo a segurar a cortina para o lado e a olhar para os carros que chegam e partem, para as pessoas que se tentam proteger da chuva, mas que têm que lhe fazer companhia por um motivo ou por outro.

Como estou sozinha em casa e, apesar do do aconchego do meu lar, apetece-me sair lá para fora, correr sobre a chuva, cantar e gritar ao mundo que estamos juntos neste estado de tempo, que podemos partilhar a alegria da chuva e não a sua tristeza.

Mas fico-me pelos pensamentos...

 




df @ 18:36

Qui, 29/10/09

Ouvi o som abafado da campainha tocar. Resisti em sair do conforto e do calor da casa-de-banho para atender um estranho. Não queria.

Embrulhei-me numa grande toalha bege e silenciosamente, pé ante pé, fui até à porta da entrada. Coloquei-me em bicos de pé e espreitei pelo pequeno orifício.

Não podia ser. Não podia ser ele. Aqueles cabelos castanhos escuros que eu acariciara tantas vezes, aqueles olhos brilhantes  e esperançosos, o pequeno nariz com uma ligeira curva devido a uma queda. Todos os pormenores daquele rosto. Eu conhecia-os e ainda assim teimava em não querer enfrentá-lo. Nem a ele, nem aos meus sentimentos...

Encostei-me à porta, inspirando e expirando, como que tentando ganhar forças para mais uma discussão.

Finalmente abri a porta.

Ali, defronte a ele, deparei-me com um homem abatido, triste e desolado.

Deixei-o entrar mesmo antes de ele pronunciar o breve cumprimento de boa tarde.

Ele não conhecia aquela casa. Aquela casa era só minha. Ali, no Porto, tinha um espaço só meu, sem que ninguém entrasse sem avisar...

Fui imediatamente ao meu quarto vestir-me. Uma calça de fato de treino azul escura sem elástico no cós e uma camisola de algodão branca. Regressei com a mesma rapidez à sala, onde o tinha deixado.

Os nossos olhos cruzaram-se e ficaram estáticos, como que hipnotizados. Vi-o aproximar-se de mim, sem que pudesse evitá-lo. Acariciou-me a barriga com carinho, tentando sentir o nosso filho. Deixei-o chegar-se mais a mim. Eu queria, eu precisava de sentir o toque dele, tinha tantas saudades do toque dele. Sussurrou-me ao ouvido que me amava como desde o primeiro dia em que me vira e que tinha chegado a vez dele de correr riscos. Ia-se mudar para o Porto.

 




df @ 11:39

Sab, 10/10/09

 

Levantei-me da minha cama fria e solitária. Puxei o lençol e o fino cobertor para trás e fui até à janela. Abri a persiana e olhei o mundo estranho que se me apresentava. Os edifícios amontoavam-se à minha frente. Cimento e betão e um inúmero de pessoas estranhas eram a paisagem do meu dia-a-dia.

Momentaneamente fui atingida por uma enorme tristeza. Derramei uma lágrima inconscientemente. Não queria.. Estava cansada de chorar, de sofrer.

Coloquei a mão no meu ventre e massajei suavemente. Estava grávida de quase cinco meses e somente assim.

Naquele preciso instante, voltava a questionar-me se teria valido a pena lutar contra todas as diferenças, contra todos os conselhos contrários aos nossos desejos.

Quer dizer, no fundo, tínhamos tido momentos felizes, muito felizes mesmo. Mas a pressão tinha sido enorme e nem eu nem ele tínhamos conseguido suprimir todas as discussões, todas as contrariedades, todas as cobranças.

Em pouco menos de dois anos, tínhamo-nos conhecido, namorado, casado e agora íamos ser pais. Mas encontrávamo-nos a mais de cem quilómetros de distância... Física e emocionalmente...

Dirigi-me até à casa-de-banho, onde me despi e tomei um banho. A água quente misturava-se com as minhas lágrimas salgadas. Encostei-me à parede gelada de azulejo cinza claro e fechei os olhos. Tinha tantas recordações e não tinha ninguém com quem as partilhar...

 

A nossa pequena casa, construída na grande garagem da casa do irmão dele, num pequeno lugarejo de uma aldeia de Resende, era o nosso ninho de amor, onde éramos constantemente invadidos pela presença dos sobrinhos dele, dos irmãos dele, das irmãs, das cunhadas e dos cunhados, dos pais dele... Viviam praticamente numa comunidade, sem entraves à privacidade.

E agora estava sozinha. Não tinha aceite com naturalidade àquela invasão, tendo eu vindo de uma família com apenas três pessoas...

 



DESAFIO

Coloquei-vos há tempos o desafio de darem um TÍTULO à nova história que se irá desenvolver nos próximos meses aqui. Ainda não vos dei muita informação, a não ser que as personagens se chamam Rafael e Juliana e que trabalham na mesma empresa. Conforme vou publicando os posts, certamente irão perceber que há muitos segredos para serem revelados...
Além do título, também espero que deixem nos comentários o vosso feedback.
Obrigado
A Gerência

Rubricas:

Além de uma nova história a decorrer no blog, acompanhem também a nova rubrica do blog 'PERDIDOS E ACHADOS DA VIDA', pequenos textos que incidem sobre... Leiam e descubram...

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